segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

O QUE SIGNIFICA EDUCAR?

Não existe única resposta para essa questão.
Uma boa educação é, portanto, uma boa escola, um bom professor, uma boa aula ocorre sempre quando esse equilíbrio se manifesta.
Como educar não significa apenas transmitir o legado cultural às novas gerações, mas também ajudar o aluno a aprender o aprender, despertar vocações, proporcionar condições para que cada um alcance o máximo de sua potencialidade e, finalmente, permitir que cada um conheça suas finalidades e tenha competências para mobilizar meios para concretizá-las, chega-se ao sentido estrutural da questão: o que significa educar. Em síntese: aprender a conhecer, fazer, viver juntos e aprender a ser.
Essa idéia que se faz de educação recebeu forte subsídio com um novo papel da educação que se discutiu em Jomtien, em 1990, em uma Conferência Internacional sobre Educação promovida pela Unesco, quando se produziu o documento “A Declaração Mundial sobre a Educação para Todos”.
Nesse documento se ressaltava que o compromisso essencial da educação se compunha de quatro aprendizagens essenciais:
Aprender a conhecer. Em última análise aprende a aprender e, a dominar competências conquistando como instrumento de reflexão e de ação e não apenas domínio de informações pré-organizadas.
Aprender a fazer. Reitera a certeza de que é a escola um espaço de realização pessoal e construção social.
Aprender a viver junto. Retirar da escola a imagem de um espaço competitivo, transformando-a em ambiente no qual se ensina solidariedade, em que o aluno aprende a se conhecer e a conhecer e respeitar o outro.
Aprender a ser. Envolve uma idéia ampla de autoconhecimento.
Percebe-se assim que a escola é o instrumento e o espaço que as sociedades com certa complexidade cultural encontram para produzira educação.
A análise da aula que transmitimos e a forma com pensamos nossa responsabilidade perante o aluno, o colega e a sociedade de uma certa forma permite que se tenha resposta à questão: - Sou professor (transmito informações, instruções,qualifico resultados) ou sou educador?
Uma forma mais simples de se buscar a coerência dessa resposta pode se situar em uma auto-análise de nosso trabalho cotidiano, permitindo que venhamos a nos colocar no acróstico seguinte:
E - “empatia”. Sou capaz de sentir o aluno em mim, percebendo-o como um ser em construção que precisa de meu auxilio para aprender a aprender e aprender a ser?
D - “didática”. Ensino, realmente, meu aluno a fazer?
U - “união”. Não apenas ajudo meus alunos, mas me aprimoro sempre na busca de cada vez mais aprender a viver juntos?
C - “confiança”. Se algum aluno não aprende com meu jeito de ensinar,sou criativo para ajudá-lo em seu jeito de aprender?
A - “administrador”. Efetivamente minha aula ensina o aluno a exercer a plenitude da sua capacidade em aprender?
D - “domínio”. Sei não apenas o que informo, mas descubro estratégias para transformar informações em conhecimento?
O - “otimista”. Creio que não existe educação sem transformação, mas acredito no poder transformador de meus alunos, não pelos saberes da disciplina, mas pelos valores que exercitam?
R - “relações interpessoais”? É essencial saber “quando” e “como fazer”, e esse fazer implica conhecer procedimentos para promover relações sólidas e significativas entre o alunado.
O educador não nasce pronto. Forma-se ao longo de sua própria caminhada de professor. Ao repensar sua prática pedagógica, espera se que o professor pontue cada uma das letras que formam esse acróstico, descobrindo em quais está pronto e em quais é essencial evoluir. Mas com serenidade saberá identificá-los e incorporá-los, distanciando-se cada vez mais das rotinas de professauros.

(Érica Cristina Lopes Menezes 4° Período Letras / Inglês)

ANTUNES, Celso. Professores e Professauros. Petrópolis, RJ. Vozes, 2007.

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O mistério do "Aprender".